7 mortos e 14 torturados em rituais de exorcismo no Panamá

Os crimes foram cometidos por uma seita que se instalou na região há cerca de três meses


Policiais investigam exorcismo no Panamá. (Foto: HO / TVN Noticias / AFP via Getty Images)

Autoridades de uma comunidade da selva do Panamá relatam a realização de rituais de exorcismo bizarros que deixaram sete mortos e 14 indígenas torturados.

A informação, compartilhada pelo Religion News, diz que cerca de 10 pregadores leigos torturaram, espancaram, queimaram e cortaram os indígenas em rituais para fazê-los se arrependerem de seus pecados.


A polícia conseguiu resgatar 14 membros do grupo indígena Ngabé Buglé que haviam sido amarrados e espancados com cacos de madeira e Bíblias.


O promotor local Rafael Baloyes descreveu uma cena arrepiante encontrada pelos investigadores ao atravessar as colinas cobertas de selva até a remota comunidade indígena que fica na costa do Caribe.


Só foi possível chegar até eles porque três moradores escaparam e foram a um hospital para tratamento e assim eles chegaram a uma “igreja” improvisada em uma fazenda administrada por um seita religiosa conhecida como “A Nova Luz de Deus”.


“Eles estavam realizando um ritual dentro da estrutura. Nesse ritual, havia pessoas sendo mantidas contra sua vontade, sendo maltratadas”, disse Baloyes.


“Todos esses rituais visavam matá-los se não se arrependessem de seus pecados”, disse o promotor ao relatar também que encontraram uma mulher nua e objetos como facões, facas e até uma cabra que foi sacrificada durante o ritual.


A cerca de 2 km do edifício da “igreja”, as autoridades encontraram um túmulo recém cavado com os cadáveres de seis crianças e um adulto. Os mortos incluíam cinco crianças com apenas um ano de idade, sua mãe grávida e uma vizinha de 17 anos.


“Eles revistaram esta família para realizar um ritual e os massacraram, maltrataram, mataram praticamente toda a família”, disse Baloyes, acrescentando que um dos suspeitos no assassinato é o avô das crianças que foram assassinadas.


Todas as vítimas, e aparentemente todos os suspeitos, eram membros da mesma comunidade indígena.


Ricardo Miranda, líder da zona semi-autônoma de Ngabé Buglé, conhecida como Comarca, chamou a seita de “satânica” e disse que era contra as crenças cristãs da região.


“Exigimos a erradicação imediata dessa seita satânica, que viola todas as práticas de espiritualidade e convivência nas Escrituras Sagradas”, disse Miranda. Aparentemente, a seita é relativamente nova na área e estava operando localmente há apenas três meses.


As coisas supostamente vieram à tona no sábado, quando um dos membros da igreja teve uma visão.


“Um deles disse que Deus havia lhes dado uma mensagem”, disse Baloyes. Essa mensagem aparentemente se resumia a fazer todo mundo se arrepender ou morrer.


Os Ngabé Buglé são o maior grupo indígena do Panamá e sofrem com altos índices de pobreza e analfabetismo.


Não ficou claro qual crença ou afiliações a igreja “A Nova Luz de Deus” tem. Uma igreja evangélica bem estabelecida conhecida como Luz del Mundo disse em comunicado à imprensa que não tinha vínculos com o caso.


A área é tão remota que helicópteros tiveram que ser usados ​​para transportar os feridos para hospitais para tratamento. Eles incluíram pelo menos duas mulheres grávidas e algumas crianças.

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