“A Igreja Brasileira precisa alcançar seu próprio povo”, diz líder americano sobre missões

Em entrevista ao Guiame, o vice-presidente da Jacob’s Well nos EUA, Ron Sanchez, fala sobre a visão do projeto para o Nordeste brasileiro.


Kirk Olds (à esquerda) e Ron Sanchez (à direita) em ação do Poço de Jacó no Rio Grande do Norte. (Foto: Jacob’s Well)
Ron Sanchez tem mais de vinte anos de experiência em engenharia de infraestrutura municipal de água e esgoto em Colorado, nos Estados Unidos. Mas ele uniu seu conhecimento como engenheiro por uma causa maior: a missão de levar o Evangelho e água potável para comunidades carentes.

Sanchez é vice-presidente da Jacob’s Well, que foi fundada nos EUA e expandiu sua atuação para o Nordeste do Brasil com o nome em português, Poço de Jacó.

“O Poço de Jacó viu uma necessidade diferente de abordar o trabalho missionário e de desenvolvimento no Brasil — viu uma necessidade de focar no desenvolvimento do indivíduo e das famílias ao invés de apenas trazer projetos aos quais poderiam ou não dar certo, se as pessoas não conseguissem se desenvolver e levar o projeto por conta própria”, disse Sanchez em entrevista ao Guiame.

O Poço de Jacó promove o ensino da Palavra de Deus e também provoca impacto nas comunidades através de ferramentas de desenvolvimento social e econômico. 

Isso é feito através da metodologia de Transformação Integral Comunitária (TIC), originada do inglês Community Health Evangelism (CHE), que incentiva as pessoas a desenvolver projetos sustentáveis em suas comunidades. 

“Eu creio que quando Jesus chamou seus primeiros discípulos, Ele estava tentando ensiná-los a serem pescadores de homens. Ele tem um discipulado e treinamento bem intencionado nas pessoas que Ele chamou para segui-Lo. Então você pode ensinar uma pessoa a fazer algo seguindo uma receita, mas quando ensinamos uma pessoa a usar ferramentas ou recursos que ela tem, a maior lição que ela terá é aprender a se desenvolver de forma que ela mesma poderá resolver seus problemas”, explica o engenheiro.

“Então a diferença entre o desenvolvimento do CHE e a caridade são os investimentos de longo prazo no indivíduo e nas famílias, e não um único investimento em recursos. É um investimento a longo prazo”, acrescenta.

Embora Sanchez classifique as condições no Nordeste como “desafiadoras”, ele destaca o desejo das comunidades sertanejas em se desenvolver.

“Algumas das comunidades que visitamos tinham uma vida muito dura e difícil, o clima é seco e o governo não os ajuda”, observou o engenheiro em visita às comunidades Malhada Vermelha, no município de Santo André (PB) e Riacho da Porta, em Pentecostes (CE). “Percebi que há uma fome e um desejo de aprender e crescer”.

Ele ainda fez uma análise sobre o campo missionário no Nordeste do Brasil: “Eu entendi que a Igreja Brasileira tem um vasto campo para enviar missionários pelo mundo, porém acho difícil justificar o envio de seus missionários pelo mundo quando, aqui no Nordeste do Brasil, não há meios apropriados [em algumas comunidades] para ouvir sobre o Evangelho ou para serem ensinados sobre a Bíblia”, analisa. 

“Então sim, eu acho que a Igreja Brasileira tem uma grande responsabilidade em alcançar seu próprio povo”.

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