Índia entra na lista de violadores de liberdade religiosa

Como consequência, o país asiático pode sofrer sanções econômicas dos Estados Unidos

Indianos têm direito de liberdade religiosa negados pelos governantes do país
O clima de hostilidade causado pela propagação do nacionalismo hindu colocou a Índia na lista de países que violam os direitos de liberdade religiosa. A Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional justificou a presença da nação por tolerar ou se envolver em “violências sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade”. Outros países incluídos na lista de 2020 foram a Birmânia, China, Eritreia, Nigéria, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Síria, Tajiquistão, Turcomenistão e Vietnã.
A Índia estava fora da lista de “Países de Preocupação Particular” desde 2004. Porém, desde que o partido BJP alcançou a maioria do poder no país, algumas leis contraditórias têm colocado à margem e incentivado a intolerância com religiões diferentes do hinduísmo. Um exemplo é a Lei da Cidadania, que permite a regulamentação de imigrantes no país, exceto os de origem muçulmana.
De acordo com o relatório, as decisões governamentais indianas geraram um clima de hostilidade no território. “O governo nacional permitiu que a violência contra as minorias e seus locais de culto continuasse com impunidade, e também se envolveu e tolerou discursos de ódio e incitação à violência", afirma o documento.  Foi registrado também um aumento de ataques contra cristãos. O número de incidentes chegou a 328, todos relacionados a conversões forçadas. Os fechamentos e destruição de igrejas era o objetivo da maioria das ações dos extremistas.
Três países estavam na lista de 2019 e saíram na relação de 2020: República Centro-Africana, Sudão e Uzbequistão. A Portas Abertas noticiou mudanças importantes na sociedade sudanesa como a extinção da pena de morte aos que deixarem a fé islâmica. Essa e outras medidas mostraram que “novas lideranças com vontade de mudar podem rapidamente trazer melhorias tangíveis", disse o presidente da Comissão, Tony Perkins.
A Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional é uma agência independente criada por uma lei em 1998. O presidente americano deve nomear oficialmente os países que mais ferem a liberdade religiosa dos cidadãos. A consequência de ter o nome na lista chega até a sanções econômicas, caso as tentativas diplomáticas de restaurar a liberdade religiosa não forem aceitas.
A Índia é o 10º país na Lista Mundial da Perseguição 2020 da Portas Abertas. Com 83 pontos, o nível de hostilidade contra cristãos no país é considerado extremo. O nacionalismo religioso, o antagonismo étnico e a paranoia ditatorial são as causas de muitos seguidores de Jesus enfrentarem a pressão e a violência. Com exceção da Birmânia, os países citados na matéria estão listados entre os 50 mais perigosos para um cristão viver.  

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