Igreja fecha para cultos, mas abre como ponto de doação de sangue no ES

Uma igreja na Grande Vitória teve que encerrar a realização de cultos, mas decidiu abrir suas portas para servir sua comunidade.

A ação começou por volta das 8h30 na Grande Vitória. (Foto: Paulo Donna)

Em meio ao aumento de casos de Covid-19 no Brasil e das restrições governamentais mais rígidas, uma igreja teve que encerrar a realização de cultos, mas decidiu abrir suas portas para apoiar sua comunidade na Grande Vitória, no Espírito Santo.

No último sábado (20), o templo da Igreja Adventista do Sétimo se transformou num ponto de doação de sangue. A ação foi resultado de uma parceria entre os líderes e um hemocentro local.

“Não queremos ficar apenas ouvindo sermões, queremos ser a mão de Deus atuando nesta região. E vendo a escassez dos estoques da coleta de sangue, precisávamos fazer alguma coisa para mudar esta realidade”, disse Ualison Santos, organizador do projeto no templo local.

“Nós temos um grupo considerado de idosos em nossa igreja. Por isso, entendemos que a melhor alternativa, neste momento, é não abrirmos. Contudo, continuamos relevantes apesar de estarmos com as portas fechadas”, destaca o pastor Emanuel Assis.

A preocupação da igreja em servir a comunidade surgiu pelo aumento da demanda. Entre março e junho do ano passado, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Espírito Santo (HEMOES) registrou 3 mil doadores a menos se comparado aos anos anteriores. No início deste ano, a entidade voltou a dizer que segue com baixa no estoque.

Para evitar aglomerações, os interessados agendam um horário de doação, através de um formulário criado pelos organizadores. O local ainda foi dividido em salas com ambiente aberto e ventilado para proporcionar a circulação do ar, além de garantir o aferimento de temperatura e uso recorrente de álcool

O grupo arrecadou cerca de 70 bolsas e precisou estender as doações até às 17h devido ao número de doadores.

A veterana Janaicla Almeida doa sangue há 15 anos e entende que agora, mais do que nunca, não pode deixar de doar. “A gente passa por momentos difíceis, mas existem pessoas que estão em situações piores precisando de ajuda”, acredita.

A ação faz parte do projeto Vida por Vidas, uma iniciativa voluntária promovida pelos jovens adventistas desde 2005, que nasceu com a proposta de contribuir com os hemocentros através do incentivo à doação de sangue, principalmente durante o período da Páscoa. 

“É importante continuar doando, né? Independente da pandemia. A necessidade é ainda maior porque, por conta da pandemia, muitas pessoas que poderiam doar pela primeira vez, acabam não doando”, afirma Roger Wanderlei.

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