Professor da Oxford chama cristãos a defenderem sua fé: ‘Somos chamados para testemunhar’

O apologista cristão John Lennox, professor da Universidade de Oxford, tem apresentado Deus a ateus e ao mundo científico.

Kevin Sorbo e John Lennox da Universidade de Oxford em 'Against the Tide'. (Foto: Crossroad)

John Lennox é mais do que filósofo e professor de matemática da Universidade de Oxford: ele é conhecido por ser um apologista cristão que não tem medo dos argumentos científicos.

Ele acredita que não é possível defender os princípios de Deus na atual sociedade sem que as pessoas façam perguntas, sejam críticas e te interpretem mal. “E por isso você está aberto a muito calor. E o velho ditado é verdadeiro: se você não aguenta o calor, fique longe da cozinha”, disse Lennox à Eternity News.

Lennox é autor de vários livros de apologética que defendem o encontro entre ciência e fé, incluindo “A Ciência Pode Explicar Tudo?”, “Por que a Ciência não Consegue Enterrar Deus” e “Deus e Stephen Hawking De Quem é o Projeto Afinal?”

Ele também é amplamente conhecido por seus debates com ateus proeminentes como Richard Dawkins, Peter Singer e Christopher Hitchens. Mas antes destes debates públicos, Lennox diz que se abriu para críticas e questionamentos feitos por pessoas no particular.

“Foi assim que aprendi. É daí que vêm minhas convicções. Elas não vêm de um espaço privado no qual eu me escondo, longe do mundo e longe das críticas, como uma pequena crença religiosa particular — nem um pouco! Acredito firmemente que o cristianismo, nesse sentido, é um sistema de crença pública que precisa ser articulado”, ele defende.

Seus pais tiveram um papel importante na sua formação espiritual. Lennox diz que embora eles sejam “profundamente comprometidos com o cristianismo”, sempre o incentivaram a explorar outras cosmovisões e examinar as evidências do próprio cristianismo. Isso não apenas fortaleceu suas próprias convicções sobre o Evangelho, mas permitiu a Lennox articular uma defesa de sua fé desde jovem.

“Tenho feito isso desde que era adolescente e na Universidade de Cambridge e assim por diante. Nunca escondi minha luz debaixo de uma vasilha”, afirma.

Defesa da fé

Ser um apologista em um mundo descrente se tornou uma missão para Lennox. “Sinto um chamado explícito — baseado no mandamento de Cristo de ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as nações — de que isso é algo que não guardo para meu espaço privado. Sou chamado para explicar e anunciar isso, para testemunhar Deus em um mundo onde há um certo antagonismo.”

Para ajudar os cristãos a fazer o mesmo — defender o cristianismo contra as questões levantadas pela ciência moderna — Lennox produziu um filme chamado Contra a Maré - Encontrando Deus na Ciência” (“Against the Tide - Finding God in a Science”). O filme estará disponível em DVD e nas plataformas de streaming, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.

O filme é uma conversa em estilo documentário entre Lennox e Kevin Sorbo, o ator conhecido pela série de TV “Hércules” e pelo filme “Deus Não Está Morto”. “Esperamos muito que isso informe os cristãos e lhes dê uma introdução aos argumentos que podem usar, sejam eles cientistas ou não”, explica.

Deus é a resposta

Lennox não é o único acadêmico a acreditar que Deus e a ciência se encaixam: há um número surpreendente de cientistas renomados que são cristãos, que estão entre os mais de 65% dos vencedores do Prêmio Nobel de ciência.

Mas por que a prevalência de cristãos na ciência não é conhecida? Lennox acredita que é porque os ateus fizeram um excelente trabalho de relações públicas e a mídia deu a eles esse espaço. 

“Se cristãos articulados tivessem o mesmo tipo de espaço na mídia, seria muito diferente. Não é um campo de jogo nivelado, porque o espírito deste século é antagônico ao cristianismo. As pessoas não ouviram uma discussão informada sobre isso. Elas não foram autorizadas a ouvir”, avalia.

Esse vão se torna ainda maior quando a igreja se esquiva de perguntas difíceis. “Na Inglaterra, houve uma pesquisa feita há alguns anos, mas acho que é ainda mais válida hoje, onde perguntavam às pessoas: ‘Por que você saiu da igreja?’ E elas diziam: ‘Porque eles não respondem às nossas perguntas’. Esse foi o motivo número um”, observa.

“Portanto, as igrejas precisam mudar de marcha e fazer com que os ministros respondam a perguntas, em vez de pregar sermões indefensáveis em cima de um púlpito de um metro e oitenta”, acrescenta.

É isso o que Lennox pretende ensinar às igrejas: “Meu objetivo na vida e em toda as minhas atividades é fortalecer os cristãos e mostrar que eles têm no cristianismo algo que é defensável, explicável e poderoso para comunicar ao mundo, mas também mostrar exatamente a mesma coisa aos meus amigos não cristãos”.

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