Falar abertamente sobre Cristo com os próprios filhos é um risco para muitas cristãs no Irã

Marjan fala sobre como viver a fé dentro da própria casa pode ser um sacrifício para as mulheres iranianas

Como é a vida de uma cristã iraniana?

Em setembro de 2022, a morte da jovem Mahsa Jina Amini – presa por não usar corretamente o hijab (véu islâmico) em público e declarada morta três dias depois – gerou protestos em todo o Irã. Essa foi uma das primeiras vezes em que as minorias do país se uniram contra as violações dos direitos humanos.

Atualmente, debates sobre os direitos das mulheres estão ganhando força em todo o mundo, mas as iranianas, especialmente as que se convertem ao cristianismo, ainda são deixadas de lado. Vivendo em um país onde é crime abandonar o islã e onde as mulheres já enfrentam opressão, nossas irmãs iranianas carregam um fardo pesado. 

Ainda assim, elas continuam a arriscar tudo por amor a Cristo. O relato de Marjan, uma líder cristã iraniana, mostra claramente como é a vida das mulheres no país, como Deus está usando suas filhas iranianas e como nós podemos ajudá-las. Leia abaixo o relato:

No Irã, muitas mulheres que encontram Jesus são de origem muçulmana e isso afeta grandemente a perseguição a elas. Os desafios variam de acordo com o estado civil, a cidade onde elas vivem e, principalmente, de como suas famílias funcionam. 

Mulheres casadas, em especial, enfrentam limitações severas se o marido for religiosos ou favorável ao regime político. Elas são constantemente monitoradas em cada atividade do dia a dia e geralmente não podem ir à igreja.  

Essa cultura de controle não acontece apenas entre as famílias religiosas, mas em toda a sociedade iraniana. Mesmo maridos pouco ligados às tradições costumam controlar as amizades e a rotina das esposas. Para as mulheres cristãs, isso significa que sua fé deve ser vivida em segredo. Bíblias são escondidas atrás de móveis ou em meio às roupas na gaveta. Mesmo no celular, elas leem apenas rapidamente no navegador, nunca instalando nenhum aplicativo, pois seus telefones podem ser fiscalizados. 

O efeito psicológico é devastador, porque ainda que uma mulher cristã não tenha feito nada considerado errado pela sociedade, ela vive constantemente ansiosa, pensando que alguém pode vê-la, entender algo errado e questioná-la. Elas costumam frequentar recitações dos ensinamentos islâmicos ou usar o hijab em casa durante visitas de parentes apenas para evitar conflitos. 

Ainda assim, muitas cristãs são evangelistas silenciosas em suas casas. Com sua fé inabalável, compaixão e força, elas guiam suas famílias a Cristo por meio de seu exemplo, mesmo que não possam usar palavras para evangelizar. 

O apoio às cristãs secretas 

Para as mulheres cristãs do Irã, saber que são vistas e apoiadas pela igreja global faz toda a diferença. Quando elas veem que outras mulheres de seu próprio país, ou de qualquer outro lugar do mundo, entendem suas dores, uma conexão profunda é formada. 

Quero enfatizar que esse suporte precisa vir acompanhado de entendimento. Ensinamentos e ideias de países livres nem sempre se traduzem bem no contexto do Irã. Em muitos países ocidentais, se uma mulher é assediada, ela pode chamar a polícia. No Irã, não é assim. A cultura e o sistema não beneficiam as mulheres, especialmente as cristãs. É por isso que lições sobre ministério, família e o papel da mulher devem ser enraizadas na compaixão. 

Apoiar a igreja no Irã, especialmente as mulheres, não é sobre ter pena, é sobre estar ao lado de cristãs que estão vivendo o evangelho a todo custo. Essas mulheres não estão esperando permissão para servir. Elas já estão liderando, se sacrificando e dando frutos. O que elas precisam é que a igreja de todo o mundo as veja, acredite e caminhe a seu lado, não apenas com palavras, mas com orações e atitudes

Faça a diferença para as cristãs iranianas

A campanha do Shockwave 2025 continua! Você ainda pode doar e apoiar a igreja secreta iraniana, incluindo as mulheres cristãs corajosas que arriscam tudo para viver o evangelho. Homem com o rosto riscado, representando a #igrejasemrosto

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