Donald Trump fez a declaração por causa dos ataques em massa a cristãos nigerianos
A Nigéria é o 7º país da Lista Mundial da Perseguição 2025
A Portas Abertas não é contra nenhuma nacionalidade, governo ou religião. Somos pró-Jesus Cristo, a favor da paz e defendemos a Igreja Perseguida em todos os lugares.
Nos últimos dias, a crise de liberdade religiosa na Nigéria entrou em destaque por meio de narrativas contrastantes. Um assessor sênior do governo nigeriano disse à Al Jazeera que não há genocídio de cristãos no país, descartando mortes e deslocamentos como meros “conflitos étnicos e por recursos”. Enquanto isso, o presidente Trump não apenas designou a Nigéria como País de Preocupação Particular por violações à liberdade religiosa, na última sexta-feira, 31 de outubro, como também ameaçou intervenção militar caso a perseguição continue.
O que é necessário é uma defesa baseada na verdade e os dados falam claramente: segundo a pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas, dos 4.476 cristãos mortos no mundo por causa da fé no último ano, 3.100 foram na Nigéria. O país também lidera em número de cristãos sequestrados por causa da fé: 2.830 dos 3.775 casos globais.
Quando uma figura pública insiste que não há perseguição, ou quando outra defende intervenção violenta, o foco pode facilmente se desviar das necessidades das pessoas para a política do momento. O que se perde é a experiência vivida pelos cristãos nigerianos. Pessoas estão sendo mortas por causa da fé. Comunidades estão sendo expulsas por acreditarem em Jesus Cristo. A perseguição é real e está se espalhando na Nigéria.
A realidade da perseguição na Nigéria
Na Portas Abertas, vemos evidências dessa situação vivida pelos cristãos na Nigéria todos os dias. Ouvimos mães que enterraram seus filhos, membros de igrejas que viram pastores sendo assassinados, líderes cristãos que tiveram suas igrejas reduzidas a cinzas. Essas histórias não são abstrações. São a realidade de um povo que se agarra à fé em meio ao medo.
A redesignação da Nigéria como País de Preocupação Particular é um passo na direção certa. Jo Newhouse, porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana, afirmou que isso é “um reconhecimento de que o problema é de grande escala e sério e um reconhecimento simbólico importante do enorme sofrimento dos mais vulneráveis em partes da Nigéria”. Essa designação cria uma oportunidade para pressão internacional medida e eficaz, centrada em responsabilidade e proteção.
Além das políticas, este momento exige empatia e oração. Igrejas ao redor do mundo podem se solidarizar com os cristãos nigerianos por meio de conscientização, doações e intercessão fiel. Saiba como ajudar por meio da campanha Desperta África.
Em um momento em que o mundo parece dividido em quase todos os assuntos, proteger a liberdade religiosa deveria nos unir. Defender o direito de crer não é uma causa política. É uma causa humana. Os cristãos da Nigéria não estão pedindo privilégios, apenas proteção. E estão pedindo soluções que gerem paz, não mais conflito. A pergunta deles é dolorosamente simples: o mundo ainda se importa o suficiente para responder com sabedoria?
Perguntas frequentes
Está acontecendo um genocídio de cristãos na Nigéria?
A Portas Abertas não usa o termo “genocídio”. Trata-se de uma categoria legal precisa, e não afirmamos o que não podemos provar. No entanto, evitar essa palavra nunca deve significar rejeitar a realidade da perseguição. Em toda a região do Cinturão Médio e no Norte da Nigéria, os cristãos enfrentam uma campanha de violência tão contínua e direcionada que comunidades inteiras estão desaparecendo.
Igrejas são queimadas. Pastores são sequestrados. Famílias são forçadas a fugir à noite, muitas vezes a pé, deixando para trás os únicos lares que já conheceram. Seja chamado de genocídio, limpeza étnica ou perseguição, o efeito é o mesmo. Comunidades estão sendo destruídas. A fé está sendo testada. A esperança está sendo levada ao limite.
A maioria das vítimas fatais dos ataques na Nigéria são cristãos?
Questionamentos sobre a predominância entre cristãos foram levantados nas últimas semanas em comparativos com dados da ACLED (Armed Conflict Location & Event Data). A ACLED é uma fonte importante de dados e análises sobre violência e conflitos, mas não é uma fonte completa, pois não registra sistematicamente a filiação religiosa das vítimas.
Assim, ao verificarmos incidentes confirmados de cristãos mortos por causa de sua fé, constatamos que esses casos frequentemente não aparecem no banco de dados da ACLED.
Por outro lado, a pesquisa da Portas Abertas monitora sistematicamente e classifica a filiação religiosa das vítimas, além de verificar os incidentes relatados por meio de uma rede robusta de parceiros, garantindo que nossos números sejam confiáveis. Em seguida, sobrepomos os dados da ACLED a esses números para apresentar um panorama mais completo.
O governo da Nigéria e a ACLED dizem que mais muçulmanos morrem do que cristãos; a Portas Abertas diz o contrário. Quem está certo?
A ACLED não registra nem verifica sistematicamente a filiação religiosa das vítimas – sejam cristãos ou muçulmanos, portanto, é uma fonte útil, mas incompleta.
A questão sobre quem morre mais – muçulmanos ou cristãos – depende de quem está incluído na contagem de mortes. Se forem incluídas mortes militares e de terroristas, é provável que mais muçulmanos tenham morrido. No entanto, ao considerarmos apenas mortes de civis no banco de dados da ACLED, somadas aos incidentes verificados pela nossa própria pesquisa que estão ausentes nos dados da ACLED, mais cristãos foram mortos do que muçulmanos.
Mas não se trata apenas do número total, e sim da proporcionalidade. A razão simples entre cristãos e muçulmanos mortos foi de 2,7 cristãos para cada muçulmano. No entanto, ajustando para o tamanho relativo das populações, entre 2019 e 2023, um cristão tinha 6,5 vezes mais chance de ser morto do que um muçulmano.
Dito isso, não devemos colocar as mortes de muçulmanos e cristãos em oposição. A morte de um muçulmano na Nigéria é tão significativa e trágica quanto a de um cristão, apenas menos provável.
Qual é a posição da Portas Abertas sobre a ameaça de ação militar dos EUA?
Respeitamos a soberania de todas as nações e esperamos que o governo Trump e o governo nigeriano colaborem de forma construtiva para identificar as estratégias mais eficazes no enfrentamento da insurgência islâmica. Mais importante ainda, pedimos que o governo nigeriano e a comunidade internacional tomem medidas imediatas e concretas para atender às necessidades dos cristãos que têm sido desproporcionalmente afetados pela violência. Unimo-nos aos afetados e clamamos pelo fim da violência contínua na Nigéria.
Desperta África: pelo fim da violência na África Subsaariana
Apoie a campanha Desperta África que promove a conscientização e mobiliza orações pela igreja na Nigéria, bem como por toda a África Subsaariana, que enfrenta perseguição violenta em várias partes do continente. Doe agora qualquer valor, pode parecer um gesto pequeno, mas essas vozes juntas lembram aos líderes globais que os perseguidos não foram esquecidos.
Pedidos de oração da Nigéria
- Ore por proteção e consolo para os cristãos cercados pelas tensões e conflitos na Nigéria.
- Interceda por sabedoria às autoridades mundiais para cooperação em proteger a liberdade religiosa e a paz.
- Clame por salvação e transformação dos que têm os cristãos como alvo de ataques na Nigéria.
