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A liberdade religiosa na Armênia está sob crescente ameaça, de acordo com um novo relatório internacional que alerta para um aumento do confronto entre Igreja e Estado.
O primeiro-ministro Nikol Pashinyan é acusado de conduzir uma campanha sem precedentes contra a Igreja Apostólica Armênia (AAHC), que está no centro da identidade do país desde 301 d.C.
O relatório, publicado pelo escritório de advocacia internacional Amsterdam & Partners, afirma que membros do alto clero e apoiadores da igreja têm sido alvo de processos judiciais com motivação política, às vésperas das eleições nacionais do próximo ano.
Entre os detidos está o arcebispo Mikayel Ajapahyan, que, segundo relatos, cumpre pena de dois anos por criticar o governo.
O empresário e benfeitor da igreja Samvel Karapetyan também foi preso e teve seus bens confiscados, incluindo o controle da empresa de fornecimento de eletricidade da Armênia, uma medida que o relatório descreve como "uma grave violação da lei e dos direitos humanos".
Lord Jackson de Peterborough, vice-presidente do Grupo Parlamentar Multipartidário do Reino Unido sobre Liberdade Religiosa, condenou as prisões, considerando "assustador" que cristãos possam ser presos por defenderem sua fé.
Ele instou o governo da Armênia a defender o direito à liberdade de culto, sem medo de "intimidação ou prisão".
A AAHC continua sendo uma organização que goza de grande confiança entre os armênios, com quase 97% da população se identificando como membro.
Analistas afirmam que esse apoio colocou a Igreja em rota de colisão com o governo de Pashinyan, que já estava sob pressão após a derrota militar da Armênia.
Concluindo o relatório, Alison Meuse, jornalista experiente e especialista regional, observou que “a Igreja não enfrentava uma ameaça existencial como esta desde os anos mais severos dos expurgos soviéticos e da consolidação do poder. A história na Armênia parece estar se repetindo.”

