Escritor que sugeriu ‘enforcar Bolsonaro nas tripas de pastores da Universal’ é processado

 Mais de 80 processos estão sendo movidas por pastores da Igreja Universal do Reino de Deus contra o autor João Paulo Cuenca.

João Paulo Cuenca é escritor e está sendo processado, após sugerir o enforcamento de Bolsonaro (e seus descendentes) nas tripas de pastores da Igreja Universal. (Foto: Go Beyond)

Dezenas de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus estão processando um escritor que fez uma afirmação polêmica meses atrás, em seu perfil do Twitter. No mês de junho (2020), o escritor João Paulo Cuenca publicou em seu perfil da mídia social que “brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”.

Segundo a Folha de S. Paulo, a postagem resultou em mais de 80 ações movidas por pastores da denominação e apresentadas a juizados especiais em 19 Estados contra o escritor.

Os autores das ações pedem ressarcimento por danos morais em valores que vão de R$ 10.000 a R$ 20.000.

A frase dita por Cuenca teria sido uma paráfrase de um texto de Jean Meslier, autor francês do século 18, que escreveu: “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.

Porém, ao que tudo indica, não somente os pastores da IURD viram a frase como ofensiva. Depois da publicação de Cuenca no Twitter, em junho, a emissora alemã Deutsche Welle deixou de publicar coluna quinzenal do escritor. Em sua justificativa sobre a decisão, o veículo de imprensa informou que a postagem contrariou os valores do órgão.

Logo após perder o espaço na emissora, o escritor fez uma série de postagens defendendo o uso da sátira.

Sobre os processos, Cuenca diz que é tudo parte de uma “ação coordenada” da Universal contra ele.

“São todos pastores da igreja, isso é uma ação coordenada, isso é litigância de má-fé. Essas pessoas estão usando o sistema jurídico do país para me constranger”, afirmou.

A Universal nega que esteja coordenando uma ação como denominação, mas deixou claro que os líderes da igreja que se sentiram ofendidos podem adotar medidas individuais em relação à frase publicada no Twitter. A IURD também destacou que promover o preconceito religioso vai contra as leis brasileiras.

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