Governo comunista da China aumenta pressão contra igreja em Hong Kong, diz relatório

 

Fonte da imagem: AP Photo/Kin Cheung

O governo comunista da China está aumentando sua pressão sobre a Igreja Católica em Hong Kong após a aprovação em maio da Lei de Segurança Nacional, que dá jurisdição à China continental na região outrora autônoma.

Um longo relatório da Reuters,publicado na quarta-feira, revelou as prisões de duas freiras católicas de meia-idade detidas em maio enquanto visitavam suas famílias na província de Hebei. Três semanas depois de serem presos, eles foram soltos em prisão domiciliar e proibidos de deixar a China continental.

As duas freiras trabalharam na missão diplomática não oficial do Vaticano em Hong Kong, o epicentro da repressão de Pequim à liberdade e liberdade religiosa.

Os principais clérigos de Hong Kong e do Vaticano vêem as detenções das freiras como um sinal de que o governo chinês quer que a missão seja encerrada. E como o Vaticano não tem nenhuma relação diplomática oficial com a China, a missão, que não goza de nenhum status legítimo, é vítima do aumento da vigilância governamental.

Além disso, Pequim está tentando influenciar Hong Kong na escolha de seu próximo bispo, um cargo que está vago desde a morte do prelado anterior em 2018. Altos membros do clero de Hong Kong disseram à Reuters que as autoridades chinesas estão tentando invocar um acordo de dois anos com o Vaticano que permitiria a Pequim uma palavra em nomeações prelados.

O cardeal Joseph Zen, ex-bispo de Hong Kong, disse à Reuters: "Estamos no fundo do poço — não há mais liberdade de expressão".

Ele continuou dizendo que a repressão à liberdade religiosa "é normal" na China continental, acrescentando: "Estamos nos tornando como qualquer outra cidade da China".

Zen, um defensor declarado da liberdade religiosa, disse à imprensa que as autoridades chinesas podem aceitar "qualquer palavra" que alguém diga e alegar que estão "ofendendo a Lei de Segurança Nacional".

A pressão antirreligiosa de Pequim já teve um efeito arrepiante sobre os crentes em Hong Kong.

O cardeal John Tong, chefe interino da igreja local em Hong Kong, tem tentado acalmar vozes ativistas na hierarquia católica, de acordo com a investigação da Reuters. O clérigo de 81 anos pediu aos padres que evitassem fazer sermões "muito políticos", acrescentando que eles devem ficar longe da linguagem que pode causar "desordem social".

Entre outras coisas, a recém-promulgada Lei de Segurança Nacional criminaliza a secessão, a subversão, o terrorismo e o conluio com forças estrangeiras ou externas.

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