Líder cristão permanece no ministério apesar dos perigos 
Cristãos são alvos de extremistas islâmicos em Burkina Faso
Burkina Faso já foi um país pacífico, onde cristãos e muçulmanos conviviam em paz e havia tolerância religiosa. O pastor John servia sua igreja e cuidava da esposa e dos sete filhos, além de visitar outras congregações em vilarejos vizinhos. Mas tudo mudou quando extremistas islâmicos começaram a atuar na região.
O líder cristão relembra quando os grupos surgiram: “Víamos esses homens armados passarem por nossas casas todos os dias. Mas eles não nos fizeram mal algum. Nem sequer falavam conosco. Até que, um dia, me levaram, junto com outros homens, para a mesquita. Lá, nos mandaram deixar a barba crescer, mudar a forma de nos vestir e seguir a religião deles”.
O pastor John ficou abalado com a doutrinação e foi viver com outro líder cristão, que deixou a região em razão da insegurança. John considerou ir para outro lugar e justifica: “Até sair de casa era difícil. Não podíamos mais visitar os cristãos”. Porém, ele entendeu que deveria ficar e cumprir seu chamado de caminhar lado a lado com outros seguidores de Jesus, apesar da insegurança.
Como outros pastores da região também partiram, de repente, John se viu liderando cinco igrejas. Ele se tornou um pastor invisível porque se escondia e só saía do seu abrigo secreto para visitar a igreja. Os extremistas não perceberam que ainda havia um pastor ativo entre os cristãos.
Golpeados pela violência
Os jihadistas iam até a casa dos cristãos para obrigá-los a seguir o islã e isso preocupava o pastor John. “Isso me deixou muito preocupado. Eu não conseguia dormir à noite. Se os cristãos cedessem, se a fé deles fosse destruída, meus 15 anos de trabalho com eles também seriam destruídos.”
Tempos depois, a comunidade do pastor John foi atacada pelos jihadistas enquanto ele estava visitando uma pessoa doente de sua igreja. O líder cristão queria socorrer os cristãos, mas foi impedido pela família que visitava, para salvar a própria vida.
Durante o incidente, os membros da igreja do pastor John fugiram, mas alguns foram descobertos e assassinados. “Só os reconheci pelas roupas. Gritei e saí correndo e chorando. Mas não consegui deixá-los e voltei. Precisava identificar os mortos, senão os parentes deles viriam procurá-los e também seriam mortos. Enquanto eu tentava identificar os falecidos, vi algumas roupas muito familiares. Eram do meu filho. Ele também foi assassinado”, lamenta.
O choque e a dor se instalaram na comunidade com a morte de 113 pessoas. O pastor John não tinha mais forças para falar com Deus e nem esperança de um futuro de paz. “Eu não conseguia orar, porque, quando orava, eu chorava. Mas quando chorava, orava com lágrimas”, confessa.
Comunhão e cura
A equipe da Portas Abertas visitou a comunidade do pastor John após os ataques para consolar e apoiar os cristãos sobreviventes em suas necessidades. Ele recebeu cuidados pós-trauma para superar suas dores. “O aconselhamento pós-trauma me deu uma nova esperança, uma nova força. Eu dou glória a Deus pela ajuda. É verdade que perdi meu povo, mas agora sou corajoso o suficiente para deixar isso para trás e prosseguir na obra de Deus”, agradece o líder cristão.
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