Novo presidente da Capes sugere inclusão do criacionismo e design inteligente na Educação

 “A teoria da evolução precisa de um contraponto”, disse Benedito Guimarães.

Benedito Guimarães Aguiar Neto, ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, é o novo presidente da Capes (Foto: Divulgação/Mackenzie)

Benedito Guimarães Aguiar Neto, o novo presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior) afirma que vai defender a “pluralidade de pensamento” durante sua gestão.

Antes de assumir a Capes, Aguiar foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. À frente da universidade, ele promoveu eventos para defender as teorias. O ex-reitor substituiu Anderson Ribeiro Correia.

Apoio à criatividade intelectual

“Sem liberdade de cátedra, não há nem a criatividade intelectual, nem as soluções dos problemas nacionais”, disse. “O fomento à apropriação e ao desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico para soluções de problemas nacionais serão prioridades em minha gestão”, destacou.

Durante uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Aguiar afirmou que a teoria da evolução precisa de um contraponto. Para ele, é justo que a ideia da existência de um design inteligente faça parte da educação básica. “Dessa maneira podemos, com argumentos científicos, discutir o criacionismo”, disse.

Boa reputação

Flávia Calé, presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), falou sobre Aguiar, entrevista ao G1. “O que sabemos é que ele é aberto ao diálogo e não tem histórico de ingerência na administração de universidades. Ele tem uma trajetória acadêmica reconhecida e oito anos à frente do Mackenzie, que tem pesquisa sendo desenvolvida", afirmou.

Aguiar se formou em Engenharia Elétrica em 1977 pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e concluiu mestrado na mesma instituição em 1982. Concluiu o doutorado na área em 1987 pela Technische Universität Berlin, na Alemanha; e o pós-doutorado em 2008 pela University of Washington, nos Estados Unidos.

Críticas

A Revista Science disse que a nomeação de um defensor do criacionismo para comandar a agência que avalia os programas de estudo de graduação no Brasil “deixou cientistas preocupados sobre a interferência da religião na ciência e na política educacional”.

À TV Globo, o professor Sandro José de Souza, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), afirmou que o criacionismo é retrógrado. Já o Núcleo de Apoio à Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução Charles Darwin, da Universidade de São Paulo, disse que “se a prática do criacionismo for consumada, afrontará a própria Constituição”.

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