Apesar do risco, cristãos decidem ficar no Afeganistão: “Vamos continuar na obra de Deus”

Os líderes cristãos que servem as igrejas clandestinas querem ficar no país e continuar promovendo o Evangelho.

(Foto: Divulgação)

Com o Talibã no controle do Afeganistão, milhares de pessoas estão correndo para deixar o país todos os dias. No entanto, este não é o caso da Igreja Clandestina, que tem espalhado o Evangelho na nação onde 99,7% da população é muçulmana.

Global Catalytic Ministries (GCM), uma organização que atua na evangelização de muçulmanos, revelou que os líderes cristãos que servem as igrejas clandestinas “querem ficar no país e continuar promovendo o Evangelho”.

“Nossos irmãos e irmãs no Afeganistão continuam nos inspirando com sua ousadia e determinação em seus momentos mais sombrios”, disse a organização. “Eles dependem totalmente de Deus, que é o único que pode e irá protegê-los.”

Em um vídeo de aproximadamente quatro minutos, promovido pela GCM com legendas em inglês, um cristão fala sobre a situação do Afeganistão. Ele tem o rosto pixelizado e sua voz alterada por questões de segurança.   

“Não sei qual será o futuro deste país”, disse ele. “Todo o nosso trabalho nos últimos 20 anos se perdeu da noite para o dia. Só Deus entende quanta dor nós sentimos e quão quebrantados nossos corações estão”.

O cristão lembra que suas lágrimas não são de “medo”, mas pela devastação do país. “Todas as coisas de valor em nossa nação agora estão destruídas. O mundo inteiro nos abandonou. Aqueles que diziam que nos apoiavam, agora nos abandonaram à pior situação que se pode imaginar. Não sei o que vai acontecer com a gente. Devemos viver ao lado do governo do Talibã?”

Ele continuou: “Queremos ser lembrados pelos nossos amigos e entes queridos que fomos deixados sozinhos no campo. Não vamos sair do campo, vamos lutar mais forte e continuar na obra de Deus. Se não estivermos mais com vocês, se lembrem desta palavra de nossos corações partidos. Se lembrem das grandes dificuldades que enfrentamos agora”.

Mais de 200 missionários no Afeganistão

Um membro cristão do Parlamento do Reino Unido pediu ao Primeiro Ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que evacue os 228 missionários britânicos do Afeganistão, após o grupo extremista Talibã retomar o poder do país.

Ian Paisley Jr, do Partido Democrata Unionista, levantou o problema nesta quarta-feira (18) durante o discurso do Primeiro Ministro a respeito do Afeganistão. 

“Ele [Boris Johnson] estará ciente de que há 228 missionários no Afeganistão atualmente sob sentença de morte. Esses missionários precisam ser retirados do país. Claro, há dezenas de milhares de outros que estão sob sentença de morte e temem por suas vidas”, apelou Paisley.

Em resposta, Boris disse que o governo está fazendo “tudo que podemos” para ajudar a evacuar as pessoas do Afeganistão.

O Afeganistão ocupa o segundo lugar na lista da Portas Abertas, que aponta os piores países para os cristãos viverem.

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