Missionário afirma que existem profetas nos dias de hoje: “Não podemos rasgar a Bíblia”

Entre os profetas do Novo Testamento, Fábio Coelho cita Ágabo, Silas e Ananias.

Fábio Coelho, líder do movimento Vozes e Trovões e Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy. (Foto: YouTube/JesusCopy)

Em entrevista ao Douglas Gonçalves, líder do movimento JesusCopy, o missionário Fábio Coelho, esclareceu alguns pontos bíblicos sobre o tema “profecia”. A pergunta é “se ainda existem profetas nos dias de hoje”. 

No Antigo Testamento, o ofício de profeta era específico para homens ungidos por Deus e que o representavam na terra. A palavra de um profeta ficava registrada, tanto na memória popular quanto nas Escrituras Sagradas, que eram conhecidas em forma de pergaminhos.

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Muitos cristãos ensinam que não existe mais profeta, de acordo com o Novo Testamento, apontando para isso o texto de 1 Coríntios 13.8, onde diz que as “profecias desaparecerão, as línguas e a ciência passarão”. E alguns podem perguntar: “e os falsos profetas?”.

“A palavra dom significa presente”

Fábio Coelho, líder do movimento Vozes e Trovões, autor dos livros “Não apagueis o Espírito” e  “Princípios da Batalha Espiritual”, explica que, conforme a Bíblia, há o dom de Deus, os dons do Espírito e os dons de Cristo.

“O dom de Deus é a salvação. Os dons do Espírito são capacitações para cumprir o sacerdócio, conforme 1 Coríntios 12.7 [sabedoria, conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação] e os dons de Cristo são cinco ofícios [apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres], conforme Efésios 4.11”, explicou.

“A palavra ‘dom’ significa presente, mas não quer dizer que um líder recebeu de presente a capacidade de ser pastor, e sim o contrário, a Igreja recebeu de presente aquele pastor. Então, os dons de Cristo são pessoas-dons”, disse.

Fábio esclarece que, hoje em dia, é mais fácil identificar um pastor, mestre ou evangelista, mas há muita polêmica girando em torno do profeta e do apóstolo. “Mas, se não existe profeta, então também não deve existir o pastor, pois todos estão dentro do mesmo ‘pacote’. Essa é a lógica”, ponderou. 

Outro ponto importante é o esclarecimento que a Bíblia dá sobre a função dos cinco ministérios —edificação do corpo de Cristo. "Logo, a principal função de um profeta não é profetizar, mas capacitar os santos para que cumpram sua missão”, frisou.

Até quando haverá profetas?

Falando metaforicamente, Fábio conduz a conversa imaginando um campo de futebol. 

“Os jogadores são os ‘santos’, os treinadores representam os cinco ofícios. O que um treinador faz? Posiciona todos os jogadores, cria estratégias e fica do lado de fora encorajando cada membro do time. O mundo é a torcida, esperando que o ‘jogo’ dê certo”, exemplificou. 

Quanto à existência dos cinco ministérios, incluindo o profeta, a pergunta é: até quando esses ministérios serão eficazes na história da Igreja? Fábio responde com o texto bíblico de Efésios 4.13, que está dentro do contexto.

“Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo”, leu. “Aí eu pergunto, nós como Igreja já chegamos à plenitude do conhecimento do filho de Deus? Ou já chegamos à unidade da fé? A resposta é óbvia”, observou e resumiu: Existem profetas hoje? Sim!”.

“Eis que te digo”

“Eu vejo que cometemos sempre o mesmo erro, como Igreja e comunidade de fé, de tentar eliminar algum ofício bíblico, porque um dia fomos machucados por alguém que usou errado o dom”, refletiu Douglas Gonçalves.

Ele ainda usa como exemplo uma fala muito comum no meio cristão: “Eis que te digo”. E alerta que muitos “manipulam e abusam” se dizendo profetas. E o mesmo ocorre com os demais ofícios.

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Fábio complementa: “Muitos cometem um erro ainda mais grave, dizendo que a ‘Igreja’ os machucou e então para eles não existe mais Igreja”, disse.

“Nos últimos vinte anos, a Igreja brasileira errou muito, tentando restaurar os cinco ministérios. Mas nós não vamos restaurar nada, é Deus quem vai fazer isso. Os dons são de Cristo, Ele mesmo estabelece e dá cada um como presente à Igreja”, equilibrou. 

Os dois finalizam concordando que, muitas vezes, as intenções das pessoas são boas, buscando a prática da palavra de Deus e resultados nobres. “Mas nós já erramos muito nessas tentativas e não podemos ‘rasgar a Bíblia’. Lá está escrito que existem profetas, Ágabo, Silas e Ananias, só para citar alguns”, concluiu.

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