‘Parem a matança’: Petição é enviada à Casa Branca em nome dos cristãos mortos na Nigéria

Relatórios afirmam que nos primeiros dez meses de 2022, 4 mil cristãos nigerianos foram mortos e 2.300 sequestrados.

Cristãos continuam sendo mortos na Nigéria. (Foto representativa: Portas Abertas)

Uma petição assinada por mais de 32 mil pessoas foi entregue à Casa Branca, na sexta-feira (11), solicitando que o governo dos EUA recoloque a Nigéria na lista de “Países de Preocupação Particular”. 

Nessa lista, constam as nações onde a liberdade religiosa está comprometida. Embora a situação na Nigéria só tenha piorado ao longo dos anos, o governo Biden removeu o país da lista.

“No ano passado, o presidente Biden removeu a Nigéria de uma lista de observação de perseguições religiosas. No mesmo ano, terroristas islâmicos, militantes e outros extremistas mataram 4.650 cristãos naquele país”, afirma a petição. 

“Não é certo que a América deixe esses cristãos para trás. Devemos parar a matança”, continua o texto escrito pela ADF (Alliance Defending Freedom) e pela Established by Revelation Media, ao afirmarem que a perseguição religiosa que ocorre na Nigéria é inaceitável. 

A designação visa promover “opções políticas destinadas a fazer cessar as violações particularmente graves da liberdade religiosa”, conforme notícias do Christian Post. 

Uma vez que essas opções “foram razoavelmente esgotadas, uma medida econômica geralmente deve ser imposta”. A designação traz consigo a possibilidade de sanções.

‘Violência atingiu o padrão de genocídio’

Nos últimos anos, dezenas de milhares de nigerianos foram mortos e mais de 2 milhões estão deslocados pela violência terrorista islâmica, no nordeste da Nigéria.

Nos estados que ficam no Cinturão Médio — região no centro da Nigéria que é povoada em grande parte por grupos étnicos minoritários — os grupos de direitos cristãos afirmam que as comunidades agrícolas cristãs são regularmente atacadas por pastores muçulmanos radicais. 

Além disso, alguns grupos de direitos humanos alegam motivação religiosa por trás dos ataques, apontando que a violência atingiu o padrão de genocídio.

O governo nigeriano alega que a violência no Cinturão Médio é observada há décadas e que faz parte de confrontos entre fazendeiros e pastores de ovelhas, além de reivindicações de terras e outros recursos.

“É hora de se opor a essa violência”

A Intersociety — Sociedade Internacional para Liberdades Civis e Estado de Direito — com sede em Anambra é um grupo da sociedade civil liderado por um criminologista cristão.

Ele estima que pelo menos 4 mil cristãos foram mortos e 2.300 sequestrados nos primeiros 10 meses de 2022. 

“É hora de se opor a essa violência e adicionar imediatamente a Nigéria de volta à lista de países de preocupação particular.

“Nos meses de janeiro de 2021 a março de 2022, mais de  mil cristãos foram martirizados na Nigéria e aproximadamente 4.500 foram sequestrados no mesmo período. Milhões de cristãos em todo o país, mas especialmente no norte, vivem com medo de serem os próximos. 

‘Há cristãos desesperados fazendo denúncias’

“Remover a Nigéria da lista sinalizou um desrespeito alarmante pelo estado de liberdade religiosa no país”, disse Kelsey Zorzi, diretora de defesa da liberdade religiosa global da ADF. 

“As autoridades falham em investigar e processar os perpetradores dessas atrocidades em grande escala e, além disso, processar e ameaçar os jornalistas locais que as noticiam”, afirmou ela. 

Kelsey disse que a narrativa política é favorecida pelo Estado, dizendo que a violência do norte “é impulsionada por um conflito sobre a escassez de recursos como resultado da mudança climática”. 

“Há uma lacuna incompreensível entre os relatórios do Departamento de Estado e o que os cristãos desesperados estão relatando aos defensores da liberdade religiosa aqui”, concluiu.

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