20 mil pessoas protestam e oram contra o aborto na ilha de Malta

Malta é um país católico e o único da União Europeia que proíbe totalmente o aborto.

Manifestantes na capital de Malta. (Foto: Life Network Foundation Malta/Facebook)

Indignados com as propostas de alteração na lei do aborto em Malta, milhares de manifestantes se reuniram na capital do país, Valletta, na tarde de domingo (4).

O protesto foi realizado na praça Castille, em frente ao gabinete do primeiro-ministro. Os organizadores pró-vida estimam que cerca de 20.000 pessoas compareceram à manifestação, informa o Times of Malta.

Vale lembrar que a ilha de Malta é relatada na Bíblia como o local no qual o apóstolo Paulo naufragou e pregou o Evangelho a seus habitantes. Hoje, Malta é um país católico e um dos mais conservadores da Europa.

Homens, mulheres, jovens e idosos carregaram cartazes com frases como: “Mantenha o aborto fora de Malta”, “Proteja nossos filhos” e “Eu não tenho voz”. A multidão gritou “não ao aborto, sim à vida” enquanto marchava da praça Castille em direção aos tribunais. 

Embora Malta seja um país católico, um pastor evangélico teve a oportunidade de fazer uma oração. Gordon Manche, líder da igreja River of Love, usou o microfone para interceder pela vida.

O protesto foi organizado pela organização Life Network Foundation, em colaboração com Doctors for Life e I See Life.  

Maria Formosa, do grupo I See Life, disse que eles estavam lá para defender os nascituros. “Sabemos que há mulheres que sofrem com muitos problemas, problemas de saúde e problemas sociais, mas o aborto não é a resposta. A resposta é dar o apoio certo”.

A líder da Life Network Foundation, Miriam Sciberras, destacou: “Nós protegemos tantas minorias, tantas leis para proteger os animais, o meio ambiente, as leis que protegem os ovos de tartaruga — mas não apoiamos a vida no útero?”

Sciberras também anunciou que a fundação faria uma vigília de oração na quarta-feira (7) em frente ao Parlamento. 

O que causou o protesto?

O parlamento de Malta está discutindo um projeto de lei que pretende legalizar o aborto quando a gestante estiver em risco ou sua saúde estiver em “grave risco”.

As emendas, anunciadas pela primeira vez no mês passado, visam livrar médicos e grávidas de um processo criminal, caso a gravidez seja interrompida.

Malta é o único país da União Europeia que proíbe totalmente o aborto. De acordo com o código penal maltês, qualquer pessoa que procure ou ajude a realizar um aborto pode ser condenada de 18 meses a três anos de prisão.

Embora o governo tenha argumentado que as emendas visam proteger médicos e mães em casos extremos, os críticos dizem que o texto das emendas é vago e pode levar à introdução do aborto na legislação.  

Além do movimento pró-vida, cristãos também se opõem à mudança na lei. Outras 44 entidades, mais de 80 acadêmicos e 450 médicos também se opõem às propostas do governo.

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