‘Não precisamos de promessas para o Ano Novo, precisamos de Jesus’, diz pastor

Ao citar C. S. Lewis, Brad Larson lembrou que as pessoas possuem uma “expectativa doentia e irrealista do futuro”.

Pastor Brad Larson. (Foto: Captura de tela/YouTube The Door Church)

Em sua reflexão no The Gospel Coalition, o pastor e escritor Brad Larson disse que costumava fazer promessas antes da chegada do Ano Novo, traçando algumas metas, como uma espécie de tradição.

“Eu encontrava um momento de silêncio, quando as crianças estavam tirando uma soneca, e sentava na varanda com minha Bíblia e um diário. Eu lia as Escrituras, orava e escrevia algumas resoluções para o ano seguinte.

Porém, o pastor conta que folheando os diários antigos, percebeu que suas metas pareciam sempre iguais, todos os anos: “Só haviam palavras diferentes, com uma cor de tinta diferente”. 

Ao ver que sempre falhava em cumprir suas próprias promessas, Larson reconheceu que isso ocorre com a maioria das pessoas. “Você pode prometer orar mais no ano seguinte ou perder 10 quilos, não importa”, comparou.

Ele lembrou de um estudo da Universidade de Scranton, que afirmou que apenas 8% das pessoas cumprem suas promessas. No final das contas, o pastor chegou à conclusão de que as pessoas não precisam de promessas, elas precisam de Jesus.

‘Expectativa irrealista de futuro’

Entre os erros que as pessoas cometem ao fazer promessas para o Ano Novo, está uma “expectativa doentia e irrealista do futuro”, disse ao citar um pensamento de C.S. Lewis. 

“Lewis dizia que somos obcecados com o futuro e insatisfeitos com o presente. E realmente estamos obcecados com o nosso futuro terreno, mas ele é apenas uma ideia. Embora devamos planejar nosso futuro, isso não é garantido”, disse. 

“É muito melhor buscar contentamento no presente e ter esperança em nosso futuro eterno. Estes sim são garantidos”, destacou. Além disso, Larson também citou mais quatro promessas de Ano Novo que o ser humano faz, mas não consegue cumprir.

‘Somos incapazes de mudar a nós mesmos’

Conforme o pastor, as vontades humanas não possuem força suficiente para mudanças radicais: “Nossas vontades não são fortes. Podemos ler todos os livros de autoajuda, mas o crescimento do caráter e a santidade não são projetos nossos”. 

“Na verdade, a autoajuda pode até ser prejudicial se não formos cuidadosos. A mudança de vida depende da mudança do coração e esse tipo de mudança vem de Deus”, continuou. 

O outro ponto que dificulta o ser humano em cumprir suas promessas de transformação é que “nem sabemos o que queremos”, conforme aponta o pastor. “Muitas vezes, desejo algo que se torna inútil meses depois”, explicou. 

“Nossos interesses mudam e, à medida que crescemos em sabedoria, nossos desejos se elevam e amadurecem. E mesmo com sabedoria, acabamos nos sentindo perdidos. Precisamos do Senhor para guiar nossas vidas e desejos”, disse ainda.

‘Nunca estamos satisfeitos’

Outro ponto destacado por Larson é que “nunca estamos satisfeitos” e que “nossas promessas fracassadas nos mostram que “sempre queremos mais”. 

“A verdade é que não estamos felizes com a forma como Deus cuida de nós. Queremos mais — mais músculo, mais dinheiro, mais notoriedade, mais tudo. Mas, o verdadeiro contentamento na graça e na esperança de Cristo não é circunstancial”, disse. 

Segundo o escritor, ainda que tivéssemos uma fortuna, isso jamais poderia ser comparado ao valor do que Jesus realizou pela humanidade: “Deveríamos apreciar a graça ultrajante de simplesmente estarmos vivos”. 

‘Nós precisamos de Jesus’

Para o pastor, nossas promessas costumam ser superficiais, mesmo as mais sinceras: “E o nosso fracasso em cumpri-las mostram uma necessidade extrema de mudança de coração”.

“Não somos quem deveríamos ser  e queremos ser diferentes. A transformação que buscamos é válida, mas os meios pelos quais a buscamos, muitas vezes, são insuficientes. Precisamos de Jesus para nos transformar à sua semelhança e apenas a nossa determinação não é suficiente”, disse. 

Ao comparar nossas promessas a um mapa do tesouro feito por crianças, Larson comentou: “Temos a tendência de traçar um rumo infantil para nossas vidas e perseguir tesouros que não existem”. 

‘Só Ele pode nos transformar’

Apesar de classificar as promessas de Ano Novo como “míopes e ineficazes”, o pastor deu alguns conselhos para aqueles que acham importante fazê-las. 

“Certifique-se de que suas promessas estejam alinhadas com a Palavra de Deus e se vão glorificá-lo. Além disso, verifique se são promessas realistas, específicas, mensuráveis, atingíveis e oportunas”, lembrou.

Larson também disse ser importante buscar o conselho de irmãos e irmãs em Cristo. “Depois disso, ore sobre suas promessas, submetendo-as ao Senhor para sua orientação”, concluiu ao citar Tiago 4.13-15.

“Ouçam agora, vocês que dizem: ‘Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro’. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. 

“Não coloque sua esperança em sua capacidade de mudar a si mesmo. Se pudéssemos mudar a nós mesmos, Jesus não teria que vir. Só ele pode nos transformar. Reconheça o que Jesus fez por nós e busque se tornar mais parecido com Ele no próximo ano”, finalizou. 

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