Apenas em Burkina Faso, mais de dois milhões de pessoas estão deslocadas
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Milhões de pessoas estão deslocadas na Nigéria em razão da violência de grupos extremistas islâmicos |
A África Subsaariana enfrenta uma grave crise de deslocamento por consequência da ação de grupos armados e de extremistas islâmicos. Milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e comunidades em países como Nigéria, Burkina Faso, Níger e Mali. Apenas em Burkina Faso, mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas internamente, representando 10% da população do país.
A República Centro-Africana vive uma crise pouco noticiada, enquanto o conflito em curso na República Democrática do Congo já forçou mais de sete milhões de pessoas a se deslocarem. No Sudão, o conflito resultou na fuga de cerca de 8 milhões de pessoas de diversas origens religiosas, incluindo cristãos.
A principal causa desta onda de deslocamentos é a violência de grupos de insurgência islâmica. Paralelamente ao que o Estado Islâmico buscou no Oriente Médio, esses grupos atuam na África Subsaariana visando escolas como símbolos da educação ocidental e da civilização cristã.
Violência em nome da fé extrema
Antes dos ataques, os jihadistas costumam emitir alertas, exigindo que professores abandonem o ensino de francês e inglês em favor do árabe e de estudos islâmicos. Ao recusarem as exigências, os professores são assassinados e as escolas incendiadas.
Apenas em Burkina Faso, mais de seis mil escolas foram destruídas, privando um milhão de crianças do acesso à educação. Essa realidade se repete no Mali, no Níger e em outras nações da região.
Na Nigéria, a intensa violência também desencadeia um desastre humanitário, afetando comunidades inteiras e causando deslocamentos em massa. Atualmente, os acampamentos de deslocados no estado de Benue abrigam mais de dois milhões de pessoas. Estima-se que um número ainda maior de deslocados internos vive fora dos campos e não está listado na contagem oficial.
Há três anos, Abraham perdeu o irmão durante um ataque extremista e precisou fugir com a esposa e os filhos para um acampamento de deslocados. Sem alimentação adequada, saneamento básico e cuidados médicos, ele clama: “Apelo aos cristãos de todo o mundo para que orem pela paz, para que possamos retornar às nossas casas”.
Em outras áreas da África Subsaariana, militantes islâmicos exploram a instabilidade local para expandir sua influência, resultando no deslocamento de aproximadamente 113 mil cristãos, sendo a maioria (cerca de 100 mil) na Nigéria.
Desde o início dos anos 1990, a Portas Abertas oferece suporte aos irmãos na fé que vivem na África Subsaariana. Em 2023, os projetos alcançaram cerca de 345 mil pessoas, provendo treinamento bíblico, ajuda socioeconômica, cuidados pós-trauma, educação e capacitação para geração de renda.
Apoie cristãos deslocados!
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