China barra atuação de juristas evangélicos do Brasil na ONU

O processo de solicitação do status consultivo da Associação Nacional de Juristas Evangélicos foi barrado pela China, que questionou as justificativas da entidade brasileira.


Representação de evangélicos do Brasil voltou a ser debatido entre países na ONU. (Foto: Johannes Eisele/AFP)

O governo da China criou obstáculos para que a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) passe a representar os cristãos brasileiros nas Nações Unidas, informou o jornalista Jamil Chade em sua coluna no UOL.

Em reunião nesta segunda-feira (20) em Nova Iorque, o governo chinês pediu que a Anajure explicasse seu alcance global que justificasse a obtenção de um status consultivo na ONU.  

Os juristas evangélicos precisarão dar uma resposta para Pequim até maio. O processo será desbloqueado apenas se a China aceitar o argumento. Outra opção para a Anajure é solicitar uma intervenção oral nos debates da ONU, mas não há garantias de que isso seja suficiente para o governo chinês.  

“Em alguns casos, ONGs passam anos e governos que querem impedi-las criar perguntas para que o processo seja permanentemente adiado”, explica a coluna.

A Anajure solicitou o status consultivo em 2017, mas o processo foi impulsionado em 2019, já que a entidade representaria um reforço para a agenda da diplomacia do governo de Jair Bolsonaro, principalmente no que se refere aos direitos humanos. 

Um dos principais promotores da ação internacional é o jurista Uziel Santana, presidente da Anajure. Ele explicou que a entidade evangélica tem feito um trabalho com refugiados em países do Oriente Médio e que vem também trabalhando em coordenação com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, no Brasil.  

Depois de serem aprovadas pelo Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), as entidades podem designar um representante em Nova York e Genebra, onde participam dos debates e podem fazer seu lobby.  
Algumas entidades do Brasil contam com esse status, como representantes de interesses indígenas e direitos humanos.

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