Conversão é vista como peso para as famílias em Bangladesh

 Ao contar para a esposa sobre a nova fé, Shohel é agredido por familiares e expulso de casa

Após ser expulso de casa, Shohel foi abrigado pelo pastor de sua igreja (imagem representativa)

O grau da perseguição em Bangladesh tem piorado ultimamente, com a maioria dos casos atuais envolvendo cristãos idosos, mulheres e crianças que são expulsos de casa. Entretanto, ainda não se sabe se esse aumento tem alguma relação com a pandemia da COVID-19. Esse grupo de pessoas é considerado “improdutivo” e tende a ser classificado como um peso para as famílias, principalmente em tempo de crise.

Um deles é Shohel*, de 53 anos, um novo cristão ex-muçulmano. Ele foi expulso de casa em Lalmonirhat, no Nordeste de Bangladesh, por se converter ao cristianismo. Ele se batizou em agosto deste ano após frequentar um longo curso de discipulado. Após o batismo, Shohel contou à esposa sobre a conversão. Ele compartilhou o evangelho e a encorajou a receber Jesus em sua vida. Ela então contou aos pais e irmãos sobre a conversão dele.

Como resultado, todos ficaram muito bravos com Shohel. Foram até sua casa no início de setembro para agredi-lo. A esposa gritou: “Você se converteu à fé cristã e, por isso, nós não podemos mais ser marido e mulher. Você vai sair de casa”. Assim, eles o expulsaram de casa.

A reação da família
Shohel ficou fora aquela noite. Pensando que os membros da família fossem se acalmar pela manhã, ele, junto com o pastor, Rana*, voltaram à casa no dia seguinte. Mas, quando souberam que o pastor também era um convertido, ficaram ainda mais irados e agressivos com os dois.

Para surpresa do pastor, eles agrediram Shohel na frente dele, dando socos no peito do cristão. Ele caiu e ficou com dificuldade para respirar por um tempo. Vendo a situação piorar, o pastor Rana rapidamente deixou o lugar com Shohel. De lá, ele foi levado para um médico local para tratamento.

Atualmente, Shohel está na casa do pastor, pelo qual é muito grato. “Se o pastor Rana não me aceitasse, então não saberia para onde ir. Eu sou grato a ele”, disse.

O pastor Rana contou que entende e sente a dor dos cristãos perseguidos. “Eu também sou vítima da perseguição, então entendo e sinto a dor das pessoas perseguidas. Fico feliz por dar abrigo ao irmão Shohel, mas ao mesmo tempo, muito preocupado com sua vida. Eu não sei por quanto tempo posso ajudar, porque eu também sou um homem pobre. Eu vivo precariamente”, disse.

Além de Shohel, ele também abriga outro cristão perseguido chamado Hafizul, de 37 anos, que foi atacado no mês de agosto. “Nós fazemos isso porque aprendemos no Permanecendo Firme Através da Tempestade e na Bíblia a servir às pessoas necessitadas como se nós mesmos estivéssemos em crise”, explicou.

*Nomes alterados por segurança.

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