‘Se Jesus voltasse, teria voltado gay’, diz Porchat após STF autorizar especial de Natal

 O comediante Fábio Porchat defendeu o Porta dos Fundos das críticas ao filme que retrata Jesus como gay.


Cena do 'Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo'. (Foto: Divulgação)

O filme “A Primeira Tentação de Cristo”, o especial de Natal do Porta dos Fundos que retrata Jesus como homossexual, na Netflix, foi premiado pela Associação Brasileira de Autores Roteiristas (ABRA) em sua quarta edição.

Em seu discurso no evento, transmitido online na sexta-feira passada (30), o comediante Fábio Porchat disse que o Porta dos Fundos “não vê polêmica” em insinuar que Jesus teve uma experiência homossexual após 40 dias no deserto.

“Ser gay não é um problema, não é uma falha, não é uma questão de caráter. Ser gay é uma característica. Então, Jesus ser gay não depõe contra Jesus. Ao contrário. Tenho certeza que se Jesus voltasse, e tenho certeza que já tentou, ele teria voltado gay, travesti, mulher, preta e teria morrido em três dias, e não em 33 anos”, disse Porchat. 

“E se tentam nos intimidar falando que a gente não pode falar nada, que a gente não deve tocar neste assunto, fique sabendo que dia 10 de dezembro estreia o especial de Natal do Porta dos Fundos no You Tube chamado 'Teocracia em Vertigem'. Fiquem atentos porque a gente não se cala. A gente não vai se calar”, Porchat acrescentou.

A fala do comediante repercutiu na imprensa nesta semana, após a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (3) de manter a exibição do filme na Netflix.

O especial chegou a ser suspenso em 8 de janeiro, após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro à pedido de uma associação católica. Um dia depois, em 9 de janeiro, o ministro Dias Toffoli concedeu uma decisão liminar liberando a exibição do filme. Na última terça, a Segunda Turma do STF confirmou a decisão de Toffoli.

Para o advogado que representa a Netflix no caso, Gustavo Binembojm, o filme é um “exercício genuíno” da liberdade artística e alegou que não houve violação da liberdade religiosa.

O relator da ação, o ministro Gilmar Mendes, apresentou a jurisprudência da Corte seguindo o mesmo preceito da liberdade de expressão artística.

“Ao analisar os presentes autos, concluo que a obra 'Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo' não incita violência contra grupos religiosos, mas constitui mera crítica, realizada por meio de sátira, a elementos caros ao Cristianismo. Por mais questionável que possa vir a ser a qualidade desta produção artística, não identifico em seu conteúdo fundamento que justifique qualquer tipo de ingerência estatal”, Gilmar alegou.

Confira a fala de Porchat no 4º Prêmio ABRA de Roteiro:

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem