A Igreja Episcopal estará morta em 20 anos, segundo pesquisador

Adepta à teologia liberal e aceitação ao casamento gay, a Igreja Episcopal vem sofrendo uma forte queda no número de membros.


Imagem ilustrativa. A Igreja Episcopal vem sofrendo uma forte queda no número de membros. (Foto: Shutterstock)

A Igreja Episcopal pode em breve deixar de existir, de acordo com pesquisadores que têm acompanhado a constante queda do número de membros da denominação protestante.

A diminuição dos membros tornou-se ainda mais acentuada nos últimos dez anos. Em 1966, quando a Igreja Episcopal estava em seu auge nos Estados Unidos, tinha aproximadamente 3,6 milhões de fiéis. Em 2018, o número de membros da denominação caiu para 1,6 milhão, informou a Convenção Geral da Igreja Episcopal.

Enquanto 724 mil pessoas frequentavam os culto episcopais em 2009, o número caiu para 579.000 em um domingo médio em 2019, uma queda de quase 25% em uma década.

“O quadro geral é terrível”, disse o Rev. Dwight Zscheile, um sacerdote episcopal e professor, de acordo com o site ChurchLeaders. “Não só o declínio mas a morte da próxima geração, a menos que as tendências mudem de forma significativa”.

Zscheile avalia que, caso as tendências continuem nesse ritmo, “não haverá ninguém no culto por volta de 2050 em toda a denominação”. 

Ele também diz que, embora as promessas de oferta tenham aumentado, “ter menos pessoas dando mais dinheiro não é uma tendência sustentável a longo prazo”. 

Cerca de 55% dos episcopais nos EUA têm 60 anos de idade ou mais. Supondo que a expectativa de vida da maioria seja de 78 anos, isso significa que a denominação perderia metade de seus membros atuais em 2040, de acordo com uma análise demográfica do pesquisador Ryan Burge, professor de Ciências Políticas na Eastern Illinois University. 

“À medida que os idosos morrem, eles são substituídos na congregação por crianças que chegam à idade adulta. Mas, no caso da Igreja Episcopal, isso parece improvável”, disse Burge ao blog Religion in Public.

Segundo dados do CCES 2018, apenas 14% dos episcopais são pais ou responsáveis por uma criança menor de 18 anos. Além disso, 85% dos episcopais que são pais têm apenas um ou dois filhos — não sendo suficiente para atingir o nível de reposição.

Em sua projeção, Burge acredita que a Igreja Episcopal estará morta em duas décadas. “Se os episcopais não estiverem mortos em 20 anos, é muito provável que estejam ligados a aparelhos”, observou.

A Igreja Episcopal tem sido cada vez mais esvaziada por sua secularização e mudança de direção teológica, principalmente no que diz respeito ao casamento gay e à ética sexual. 

A consagração de um bispo abertamente gay, Gene Robinson, em 2003, foi um ponto de virada na história da denominação — resultando no rompimento de muitas congregações com uma teologia conservadora.

A Igreja Anglicana no Canadá segue uma trajetória semelhante à Igreja Episcopal nos Estados Unidos. Em novembro de 2019, diante do Conselho do Sínodo Geral da Igreja Anglicana do Canadá, o Rev. Neil Elliot disse que a denominação deixaria de existir efetivamente em 2040.


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