Igrejas evangélicas protestam por reabertura durante período de restrição decretado pelo governo de Pernambuco

 

Manifestantes pedem que o governador Paulo Câmara (PSB) inclua as igrejas de Pernambuco entre os serviços essenciais durante a pandemia de covid-19 - FOTO: Jornal do Commercio

Representantes de igrejas evangélicas de Pernambuco realizaram uma carreata e um protesto na manhã deste domingo (7) contra o endurecimento das medidas restritivas decretado na última semana pelo governador Paulo Câmara (PSB). Conforme as novas normas, adotadas para frear o avanço da covid-19 no Estado, até o dia 17 de março os serviços não essenciais estarão proibidos do litoral ao Sertão das 20h às 5h, de segunda a sexta, e durante todo o fim de semana. Igrejas e outros templos religiosos não estão na lista de serviços essenciais apresentada pelo governo com a edição do decreto.

"Diversas igrejas do Estado de Pernambuco, diversas lideranças evangélicas, bem como parlamentares, estão nessa grande carreata. E por que essa carreata, pastor? Porque o decreto do governador do Estado de Pernambuco nos proibiu de, nos finais de semana, abrirmos as nossas portas para recebermos os nossos membros e pessoas visitantes. E nós precisamos que o nosso governador reconheça a igreja como essencial. O governador do Estado de São Paulo já fez, o governador de Sergipe já fez isso, e nós precisamos que o governador de Pernambuco reconheça também", afirmou o pastor Thiago César de Araújo durante live no Facebook.

Enquanto percorriam várias vias da capital recifense, saindo da Zona Sul, passando pela Avenida Agamenon Magalhães até chegar ao Palácio do Campo das Princesas, os manifestantes realizaram buzinaços e pediam a reabertura das igrejas do Estado durante os finais de semana. Pelo menos uma deputada estadual e um vereador participaram do ato, Clarissa Tércio (PSC) e Júnior Tércio (Pode).

"Estamos, como igreja, lutando pelo nosso direito constitucional de culto. Centenas de carros, pastores, cristãos, unidos em uma só voz dizendo que a igreja é essencial, mandando recado para o governo do Estado de Pernambuco e para a sociedade pernambucana: não vamos nos calar! A igreja está viva!", afirmou Clarissa, durante a manifestação. A deputada cobriu boa parte do ato em suas redes sociais e chegou até a afirmar que estaria disposta a ser presa para defender o que acredita ser correto.

Depois de descerem de seus carros e realizarem uma pequena aglomeração na frente da sede do governo estadual, os manifestantes se dispersaram pouco antes do meio-dia. A maior parte deles usava máscaras no momento da mobilização, mas nas imagens feitas por eles mesmos e divulgadas nas redes sociais, é possível ver que havia quem não utilizasse o equipamento de proteção enquanto participava do protesto. Clarissa Tércio e Júnior Tércio, por exemplo, aparecem com a máscara no queixo em algumas partes das transmissões. Os parlamentares foram procurados para comentar o uso incorreto da máscara, mas informaram, através de assessoria de imprensa, que não se pronunciariam.

Por nota, a Polícia Militar (PM) informou que foi acionada para atuar no protesto, mas que quando chegou ao local os manifestantes já estavam indo embora. Ninguém chegou a ser detido na ocasião.

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