Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos em Burquina Faso

Na “ terra das pessoas honestas” cristãos enfrentam hostilidade, sequestro e violência por causa do nome de Cristo.

Muitos cristãos que foram expulsos de suas vilas contam com a ajuda de igrejas de outras regiões. (Foto: Portas Abertas)

Burquina Faso ou simplesmente Burquina, é um país africano que já foi ocupado e anexado pela França até recuperar sua independência da potência colonial europeia. O nome da nação, adotado em 1984,  significa “terra das pessoas honestas”.

Burquina já passou por diversos episódios de agitação política e instabilidade e, apesar de haver um desenvolvimento significativo em termos de democracia e direitos humanos, o presidente Kaboré não tem conseguido conter os numerosos ataques de militantes islâmicos que atuam na região. Burkina fica localizada onde grupos islâmicos exercem uma enorme influência e o governo central é muito fraco. 

Os cristãos não vivem à vontade no país. Em 2019, eles foram alvo de grandes ataques e assassinatos por esses militantes. E, além da opressão islâmica, a igreja também enfrenta corrupção, crime organizado e hostilidade etno-religiosa.

Violência contra cristãos

De acordo com a Portas Abertas, a estimativa é de mais de 1 milhão de pessoas deslocadas internamente em Burkina e muitas dessas são cristãs. Seguidores de Jesus foram expulsos de suas casas e aldeias e um grande número foi enviado para campos de refugiados. 

Embora haja várias igrejas abertas em partes do Nordeste do país, o número de membros diminuiu bastante por conta da violência. As partes Norte e Leste são particularmente perigosas para os cristãos, especialmente em áreas fora dos centros urbanos. Os ataques de extremistas islâmicos se concentraram nessas regiões. 

Além disso, os cristãos ex-muçulmanos também são vulneráveis à pressão e rejeição tanto da família quanto da sociedade mais ampla. Muitas vezes, isso pode levar ao medo de expressar publicamente a fé. 

Situação específica de homens e mulheres

O sequestro de meninas e mulheres cristãs é comum e, normalmente, elas são obrigadas a se casarem com muçulmanos para que se convertam ao islã. Essa é uma das estratégias dos extremistas muçulmanos.

Recentemente, a filha de um pastor foi levada à força e casada com um homem muçulmano, na capital Ouagadougou. Em outras situações, incidentes semelhantes são relatados.  

No caso de homens e meninos cristãos, frequentemente há recrutamento deles pelos grupos extremistas que operam na região do Sahel, no Oeste Africano. É possível que, à medida que mais pessoas se radicalizam no Norte, seus familiares sejam pressionados a se juntar a eles. Em áreas de conflito, os homens são vítimas de ataques físicos violentos.

“No Norte de Burkina Faso, enfrentamos ataques contra cristãos e contra nossas igrejas. Não sabemos quem são os agressores, nem sabemos quem os patrocina. Tudo o que sabemos é que eles atacam cristãos. Esses ataques destruíram a vida do nosso povo. Estamos preocupados e cheios de dor pela morte de nossos familiares”, testemunhou um pastor perseguido em Burquina.

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