“Estão nos matando como animais”, lamentam cristãos em Mianmar

Líderes pedem orações e dizem que, apesar da violência, a Igreja continua crescendo no país.

Exército e líderes rebeldes perseguem e matam cristãos em Mianmar. (Foto: Portas Abertas)

Os ataques violentos aos cristãos em Mianmar estão se tornando cada vez mais frequentes e estratégicos. No dia 9 de junho, a Igreja Batista Thantlang, no estado de Chin, foi totalmente incendiada por soldados birmaneses

Apenas duas semanas depois, no dia 23 de junho, outra igreja, Believers Church, que fica no mesmo estado, foi totalmente devastada pelas forças militares do país. Essas foram as duas últimas igrejas que entraram no alvo dos militares, mas o número é bem maior.

Só no estado de Chin, 35 igrejas e 15 outros prédios afiliados a cristãos foram destruídos, desde o dia 1º de fevereiro de 2021, quando se deu início à guerra civil. Depois do golpe militar, a violência se espalhou rapidamente por todo o país.

Por que os cristãos são tão atacados por militares?

Primeiro porque a religião dominante em Mianmar é o budismo e, segundo, porque o nacionalismo religioso é forte no país, então prevalece a paranoia ditatorial. 

Quem se converte do budismo para o cristianismo é considerado um traidor do sistema de crença que o povo conhece desde o nascimento. Na mentalidade da liderança política, é necessário permanecer budista até o fim da vida.

Sendo assim, não há espaço para famílias cristãs e muito menos para a pregação do Evangelho. Uma das formas mais cruéis de mostrar isso, é negar água para quem acredita em Jesus. 

Sobre os ataques

Um cristão birmanês identificado por “Tun Tun” — nome fictício por razões de segurança — fez um desabafo: “Quando essa guerra vai acabar? Vivemos como refugiados em uma terra estrangeira”. 

Ele explica que para não morrer, os cristãos precisam fugir e que as condições de vida para eles têm sido as piores, incluindo a falta de alimento para sobreviver.

Tun Tun é um de muitos cristãos que foram deslocados pela guerra civil. Ele disse que se sente frustrado e traumatizado. “Os recursos estão escassos e não fugimos por vontade própria, mas por causa da nossa segurança e de nossos familiares”, compartilhou.

O cristão descreveu os últimos acontecimentos: “Eles estão devastando as aldeias cristãs e nos matando como animais”. 

Existe um caminho melhor

Paing é um parceiro local da Portas Abertas que lidera os crentes na adoração. Ele disse: “Há três igrejas nas áreas próximas, duas delas foram impedidas de se reunir e a outra está muito distante, e isso dificulta os encontros”. 

A solução foi começar a fazer cultos nos lares, formando assim a “igreja doméstica”. Mas, eles confessam que é triste olhar ao redor e ver as igrejas incendiadas e seus sonhos destruídos, enquanto templos budistas na mesma região permanecem intocados. 

“Por favor, orem pela segurança dos crentes na região de Sagaing e no estado de Chin”, pediu ao reforçar que os desafios que a igreja birmanesa enfrenta são significativos. 

Apesar de tudo, o cristão revela que o maior pedido de oração deles foi atendido — a Igreja de Cristo continua crescendo em Mianmar. “Os novos convertidos começaram a se juntar e estamos aumentando. Louvado seja Deus porque Ele realmente está trabalhando em todas as coisas para o bem daqueles que o amam”, concluiu.

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