Arqueólogos exploram a tumba de Salomé, a possível parteira de Jesus

“De acordo com a tradição cristã, Salomé era a parteira de Belém e foi chamada para participar do nascimento de Jesus”, disse o arqueólogo Zvi Firer.

 Caverna funerária de Salomé em Laquis. (Foto: Emil Aladjem/Autoridade de Antiguidades de Israel)

Na região de Laquis, em Israel, há uma caverna funerária dedicada a Salomé, que acredita-se ter sido a parteira de Jesus. Nesta terça-feira (20), arqueólogos israelenses anunciaram a descoberta de uma série de artefatos de valor inestimável no local.

A tumba tornou-se um local de peregrinação cristã e está prestes a ser aberta ao público.

“De acordo com a tradição cristã, Salomé era a parteira de Belém e foi chamada para participar do nascimento de Jesus”, disse o arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), Zvi Firer. “Ela não podia acreditar que lhe pediram para dar à luz o bebê de uma virgem, e sua mão ficou seca, e só foi curada quando ela segurou o berço do bebê.”

A caverna funerária foi descoberta em 1982 por saqueadores de antiguidades e posteriormente escavada em 1984 pelo Prof. Amos Kloner da AAI. Apesar da ligação do local com o cristianismo, a tumba nunca foi aberta ao público.

Nos últimos dois meses, os arqueólogos escavaram um pátio de 350 metros quadrados na entrada da caverna, repleto de entalhes em pedra, arcos e um piso de mosaico. Foram encontrados também os restos de uma possível loja, onde os peregrinos poderiam alugar lamparinas a óleo para iluminar o caminho dentro da caverna, para fazer orações.

“Encontramos dezenas dessas lâmpadas cobertas com esculturas de romãs e desenhos geométricos”, disse Firer ao jornal Times of Israel.

“Acreditamos que os peregrinos vinham aqui, alugavam uma lamparina a óleo, faziam suas orações lá dentro e seguiam seu caminho. É como hoje, quando você vai ao túmulo de um rabino reverenciado e acende uma vela lá”, explicou Firer.

Herança cristã, dentro da rota bíblica

Antes de se tornar um local de peregrinação cristã, a tumba provavelmente foi uma caverna funerária judaica para uma família rica. 

Na era bizantina, de cerca de 300 a 600 d.C, cristãos locais identificaram a caverna como o local do enterro de Salomé e o transformaram em um local de peregrinação, explicou Firer. 

O arqueólogo acrescentou que “Salomé” ou “Shlomit” era um nome judaico comum no período do Segundo Templo entre as famílias dos hasmoneus e herodianas.

“O nome Salomé pode ter aparecido na antiguidade em um dos ossuários da tumba, e começou a tradição de identificar o local com a parteira Salomé, e a caverna foi sendo venerada pelo cristianismo”, disse ele.

A caverna será aberta ao público pela primeira vez e fará parte da “Trilha dos Reis da Judeia”, uma rota de 100 quilômetros de Berseba a Beit Guvrin, com dezenas de sítios arqueológicos de grande importância.

“Esta trilha, que atravessa a Sefelá [terras planas] da Judéia, é a espinha dorsal da herança cultural do povo judeu e abrange dezenas de locais da época da Bíblia, do Segundo Templo, da Mishná e do Talmude”, disse Saar Ganor, diretor da AAI do Projeto Trilha dos Reis da Judeia. “Esta é uma trilha muito importante que combina turismo, história e desenvolvimento.”

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