Cristãos assumem lideranças tribais e rompem com práticas pagãs em Gana

Mudanças na sociedade local refletem também na política e na cultura das tribos.

Líderes tribais. (Foto: William Haun / IMB)

Em Nalerigu, Gana, foi escolhido pela primeira vez na história um cristão para integrar o time de sete anciãos do rei de Mamprusi.

O assistente é escolhido pelo próprio rei enquanto a população fica do lado de fora do palácio ansiosa para saber quem ocupará o cargo de Taraana, palavra que significa “igual”.

Ao contrário dos demais que seguiam práticas pagãs de seus ancestrais ou faziam orações islâmicas, Taraana entra para ser o primeiro cristão em 700 anos a assumir o posto.

Como muitas nações da África Ocidental, embora um governo democrático administre a nação, existem estruturas tradicionais de chefia tribal que ainda são a autoridade no nível local e, ocasionalmente, até no nível regional.

Essas posições de liderança local estão quase sempre intrinsecamente conectadas aos sistemas de crenças religiosas tradicionais africanas.

O Baptist Press relata algumas tradições do norte de Gana como o fato dos chefes se sentarem em peles de animais que foram sacrificados aos espíritos ancestrais. Eles também fazem orações para vencer o concurso de chefia.

Uma vez no poder, um chefe usará amuletos para fortalecer seu governo e protegê-lo de seus inimigos. Ele regularmente emprega adivinhos e faz sacrifícios de sangue aos santuários ancestrais para orientação.

Então surge a pergunta: um cristão pode se tornar um chefe? Vários cristãos sofreram perseguição durante as décadas de 1950 e 1960 por pleitearem o cargo de chefia sem renunciar a fé em Jesus.

Apesar do que passaram, eles abriram o caminho para outros cristãos se tornassem chefes, mas ainda assim chefes e assistentes como Taraana enfrentam as práticas pagãs de Gana.

Atualmente, existem tantos chefes cristãos no norte de Gana que, em 2010, formaram sua própria sociedade de irmandade – a Christian Chiefs Association do norte de Gana.

Entre seus objetivos estão o desejo de “promover e integrar princípios e ética cristãos na instituição de Chefia” e “desencorajar práticas e tradições socioculturais [prejudiciais] em [suas] comunidades”.

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