Falta de representatividade dificultará ainda mais a vida da igreja no país
A expectativa dos iraquianos é que não haja mudanças significativas no poder
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As eleições do Iraque, que ocorrerão em 11 de novembro, serão boicotadas pelos partidos cristãos. Os partidos dizem que há poucas vagas para eles no parlamento. Muitos cristãos também decidiram não votar, acreditando que as eleições não trarão mudanças ao cenário atual do país.
O parlamento iraquiano é composto por 329 cadeiras. Dessas, apenas nove são para os representantes de minorias no país, incluindo os cristãos. Apesar da existência desse sistema de cotas, candidatos de fora das minorias também podem ocupar essas vagas, tornando muito difícil a participação política dos cristãos no país.
Este ano, entre os mais de 7.700 candidatos aprovados para a disputa das eleições, apenas 19 são cristãos. Sami*, um especialista jurídico cristão, aponta para outro desafio nessas eleições: “Hoje, todas as milícias do país têm candidatos. Se eles forem eleitos, o Iraque será malvisto na comunidade internacional, que é contra a participação de grupos extremistas na política”.
Iwan*, um jovem cristão, lamenta pela atual situação política no país: “Infelizmente, parece que não teremos representantes cristãos no próximo mandato. Na prática, os representantes que temos hoje também não conseguem fazer nada em favor da igreja”.
O número de cristãos no Iraque diminuiu drasticamente nas últimas duas décadas, caindo de 1,5 milhão para menos de 200 mil devido às ondas de perseguição, marginalização e ameaças. Com a falta de representatividade política, o futuro da igreja é ainda mais incerto no país.
*Nomes alterados por segurança.
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